quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cirque de Solei ofusca circo tradicional da Russia


Os astros do circo na Rússia encantaram várias gerações ao longo dos anos e um dia já foram tão admirados quanto os cosmonautas, as bailarinas e os cientistas nucleares.
Mas a sedução dos equilibristas, dos palhaços burlescos, dos domadores de leões, dos elefantes que dançam e dos animais exóticos está sendo ofuscada pelas inovações do Cirque du Soleil.
Nos bastidores do Nikulin Circus, de Moscou, os acrobatas e um malabarista em um uniciclo treinam em meio a uma cacofonia de música e de vozes. Um grande elefante cinza espera calmamente para dar uma volta pelo picadeiro. O forte cheiro do local onde ficam os animais impera.
"Está ficando mais difícil impressionar as pessoas", reclamou Yulia Silantyeva, treinadora de felinos, que vem de uma grande família de artistas. "O circo russo está perdendo seu espaço."
Durante a União Soviética, os circos ostentavam a mesma posição na Rússia que a ópera e o balé, fazendo turnês internacionais e atraindo a elite russa, entre eles o líder soviético Leonid Brezhnev, cuja filha fugiu com um acrobata de circo aos 22 anos.
"Brezhnev foi o último líder do país a visitar o circo...Essa não é a atitude que o circo merece", disse o gerente de circo Maxim Nikulin, que seguiu os passos do pai, Yuri, ator e palhaço querido e reconhecido mundialmente, cujo retrato ilustra um selo russo.
Na medida em que o prestígio e o apoio estatal minguaram, os melhores artistas mudaram-se para o exterior, em uma fuga de talentos semelhante à chamada fuga de cérebros de cientistas e engenheiros que também deixaram a Rússia.
Muitos artistas desertaram para o Cirque du Soleil, com sede no Canadá - o novo padrão ouro para as artes acrobáticas.
Os russos agora formam cerca de 35 por cento da equipe de 1,2 mil artistas do Cirque du Soleil. Talentos provenientes dos países que também faziam parte da União Soviética compõem boa parte da trupe. 

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