Grupo se apresenta em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Mesmo visitando várias cidades, crianças cumprem rotina de estudos.
A arte circense encanta as crianças com acrobacias dos trapezistas e malabaristas e ainda as diverte com as peripécias dos palhaços. Em muitas companhias o trabalho é passado de geração para geração e famílias inteiras se dedicam a divertir os outros. A equipe de reportagem da TV Integração - afiliada Rede Globo de
Uberaba, no Triângulo Mineiro, visitou um grupo que está de passagem pela cidade para acompanhar um pouco da rotina das famílias fora do picadeiro.
Até a hora da apresentação a vida dos artistas de circo não é muito diferente da maioria das pessoas: eles lavam e estendem a roupa no varal e cuidam da louça da cozinha. Algumas das diferenças estão na moradia já que cerca de 60 artistas moram em trailers. Para a contorcionista Flávia de Souza o espaço apertado não é um problema. Ela nasceu no circo, trabalha desde os seis anos de idade e não sabe o que é ter um endereço fixo. "Nunca morei dentro de uma casa, nem sei como é. Também não posso dizer que tenho vontade porque eu não tenho", afirmou.
O marido de Flávia é trapezista, o artista circense Gilson Lima Silva trabalha como acrobata e malabarista. A história dos dois, segundo ele, começou em um circo. "Eu gostei dela, do jeito dela, só que no início ela não me deu muita bola. Passava por mim e me esnobava, mas eu sabia que um dia ela ia dar bola pra mim. Depois de três anos eu consegui", lembrou.
A família da contorcionista está prestes a ganhar mais um artista. O casal espera João Vitor, que deve nascer em Uberaba e já tem o futuro planejado. "Planos para ele já tem. Ele vai ter que ser malabarista como o pai. A gente meio que escolhe a profissão dele por já nascer no circo", disse Flávia.
Para palhaço profissão é uma tradição de família
(Foto: Reprodução/TV Integração)
Desde o segundo mês de gestação a contorcionista não se apresenta. Mas a rotina do casal começa antes do espetáculo, na barraca de algodão doce onde ajudam no atendimento. De lá, eles seguem para o picadeiro. Primeiro, Gilson participa do número de abertura. Depois se troca para apresentação com malabares. Em seguida Gilson corre para o trailer e tem 20 minutos para trocar o figurino e voltar para se apresentar como trapezista.
No espetáculo, a figura do palhaço surge no espelho. Vladimir Augusto, ou melhor, palhaço Dika, é um personagem que vive na família do artista circense há mais de 30 anos. "Isso é uma herança de família, a quarta geração nossa, uma família muito tradicional de Minas Gerais de palhaços. Na família todo mundo herdou essa herança de palhaço. Meu tio dizia que era uma maldição porque ninguém fala nada sério na família, só ri e conta piada", contou.
Para Henrique Chulvis, mais conhecido como palhaço Chumbrega, o talento é mesmo herança de família. O parceiro de Dcka no show é também sobrinho do artista. "Eu acho que o palhaço é uma das artes do circo que não se ensina. Ou você nasce com ela ou não tem jeito", disse.
Nicole segue rotina de estudos nas cidades que
visita (Foto: Reprodução/TV Integração)
O talento também deve passar de pai para filha, segundo Henrique. A filha dele, Nicole, tem oito anos e já sabe o que quer fazer no futuro. "Eu gosto de um monte de coisa no circo que tem criança que faz e eu quero fazer também", completou a criança.
Mas se a carreira no circo não der certo, não faltará estudo. De cidade em cidade, ela vai cumprindo as etapas da escola regular. "Antes do circo chegar a gente já vem na frente, os pais, e procuramos as escolas e fazemos o intermédio de documentação de uma escola para outra para a criança não perder matéria e estar sempre na ativa", finalizou Henrique.
Video:
http://globotv.globo.com/tv-integracao-triangulo-mineiro/mgtv-1-tv-integracao/v/artistas-circenses-mostram-como-e-a-vida-de-quem-trabalha-no-circo/2187896/
Disponível em:
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/10/artistas-circenses-mostram-como-e-vida-de-quem-trabalha-no-circo.html